sábado, 23 de janeiro de 2010

Fim de um ciclo



Hoje estou mais pobre...tive de aprender a lidar com uma situação de perda. Epicuro disse algures n' A Conduta da Vida:"a morte não é nada para nós, pois enquanto vivemos, ela não existe, e quando chega, não existimos mais". É tudo muito bonito, mas quando nos morre um familiar, a vida continua natural, como se quem existisse para morrer fossemos só nós. O que mais intriga nisto tudo é perceber que no mundo nada se perturba, tudo continua de forma natural, perceber que o universo se está nas tintas se tu morres.
As avós são pessoas que não tem nada para fazer por isso estão sempre "ali", quando passeiam connosco andam devagar e não pisam as flores nem lagartas. Fazem os melhores bolos do mundo e defendem-nos quando os pais nos "chateiam" porque são mães com manteiga.
Saudades...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A realidade é mais estranha que a ficção


Como nos recorda Arthur C. Clarke no prólogo do seu clássico "2001 - Odisseia no Espaço" a realidade é mais estranha que a ficção".
Hoje ao deambular pela baixa da velha Olisipo deparei-me com um cenário bizarro concentrado num canto do Rossio. Um engraxador junto à mulher tratava dos sapatos de último grito da moda de um executivo qualquer que parecia deliciar-se de forma sádica com o sacríficio do velho engraxador. Achei aquilo uma pura metáfora das diferenças sociais que se fazem notar na nossa (injusta) sociedade. O semblante arrogante e a silhueta pesada e redonda do engravatado parecia "esmagar" a pequenez física e fragilidade daquele senhor que provavelmente estava à horas para conseguir "uns pretos".
Mais ao lado vejo um sujeito de Leste a meter-se com as jovens que passavam da forma mais descarada justificando-se da sua atitude como "a way to pratice my inglish". Provalmente tentava a todo custo uma união com alguma lusitana mais carente ou distraída para ganhar legitimidade legal por cá.